terça-feira, 9 de setembro de 2014

O LIVRO O LIVRO O LIVRO



LIVRO LIVRO O LIVRO

Esse livro maluco apareceu do nada na minha mão.

Peguei de bobeira na estantinha do tubo do Passeio Público. Era um dos únicos e peguei por ser o mais limpo e mais novo. Além do título, é claro. Na verdade, nem peguei para mim mesmo, foi mais pensando em dar para a minha namorada na época. Ela estava lendo O Santo Perdido e o livro era o Paraiso Proibido da Bree não sei das quantas. Era sequência, entende!

Abri para ler no ônibus mesmo e fui lendo. Ler é um saco. Cansa ficar seguindo cada linha bem direito, sem deixar o olho passear e depois passar para a de baixo e seguir de novo. Quando tem parágrafo pequeno e letras bem grandes é mais fácil. Esse até que tinha isso tudo.

Guardei na mochila e briguei com a menina naquele mesmo dia. Perdeu, guria. Tem quem quer. E o livro ficou guardado. Fui lendo e li até o fim e olha que era grande.

Quando terminei foi numa ida de ônibus, Antes de entregar no tubo, abri no começo e era outro livro. E era um que eu estava pensando em ler, o tal de Percy Jackson, que assisti no cinema. Devo ter trocado sem querer, mas não, não tinha como se não saiu da minha mão. Mas tava ali O Ladrão de Raios e não pensei muito não. Comecei a ler de boa.

Para resumir, li esse livro mais depressa do que o outro. Esse tinha mais porrada e facilitou porque eu já tinha visto o filme.

Dessa vez, joguei o livro no meu quarto e só fui olhar quando a mãe mandou arrumar a zona e achei o livro, só que era o Walking Dead. Não deu para acreditar que eu tinha o livro que eu pensei em ler quando vi os zumbis na TV. Muito massa!

E foi aí que eu descobri que eu tinha na mão um livro louco. Bastava eu querer ler algum livro e pronto, ele se transformava no livro que eu queria. Era só querer.

Não terminei de ler o Walking Dead, mas quis ler outro que eu estava a fim. Nada! Continuava o mesmo livro. Terminei de ler e quando li a última linha, pensei no outro livro e abri o livro de novo. Pronto! Já era o Percy Jackson e o Mar de Monstros, que eu tinha acabado de ver no cinema. Muito louco!

Pensei em mostrar para o professor de português. O figura vive mandando a gente ler essas chatices de autor nacional velho, mas perigava o sujeito mandar me internar. Pensei em contar para meus camaradas, mas eles não desconfiavam nem que eu dei de ler ultimamente. Eu pensava eu dizendo: olha esse livro, meu, vira o livro que eu quero ler. E nunca contei para ninguém.

No próximo livro eu fiquei esperto. Fiquei pensando que queria ler o livro mais foda que vai sair no ano que vem.

E não deu outra. Apareceu A Cidade dos Espelhos, do Justin Cronin. Não tinha lido os outros dois, o livro era de letras pequenas, parágrafos grandes e com umas 700 folhas e me fodi nessa. Mas não teve maneira. Só lendo tudo até o fim para o livro mudar. E não adiantava ficar querendo ler outra coisa que o maldito livro não mudava. A regra é ler até o fim. Nem precisa ler com muita atenção e pode até pular as partes mais chatas, mas tem que ler até o fim.

Estou nessa de ler de graça qualquer livro que eu quiser e até livro que ainda nem foi terminado, nem traduzido e que nem existe mais.

Tá aí uma coisa muito louca.

Podia até tirar uma foto e mandar ver, mas ia parecer só um livro igual a qualquer um.

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