sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Qual é a Sua tag?

Responda!
É tipo corporativa?
Como doutor, professor, trabalhador, funcionário público, chato, eficiente, mau hálito, NBA, folgado, chefe ou outra qualquer?
É tipo pessoal?
Como corno, metrosexual, simpático, fashion, intelectual,  feio, fiel, bonito, in, out, inside? Todas ou outras?
É tipo social?
Como disponível, casado, curtidor, autosustentável, dependente, frio, simpático, responsável, endividado.
Qual é a sua tag, afinal?


domingo, 12 de setembro de 2010

O Certo e o Fácil

Quando foi tudo errado...
Salvo tão pouco de tudo...
Embarco na sensação de perda
E de perdido sentido...
Trafego entre caminhos nebulosos
E construo a vida do nada.
Agora cresce o vazio onde flutuo
Vasto vazio onde flutuo
Com medo de querer e perder
E, perdendo , ficar maior o querer.
Precisando saber o que é certo,
Mas nada é preciso, certo ou eterno.
Tudo muda e me deixa o mesmo.
Nenhuma forma é perfeita,
Como sempre aprendemos.
Nenhum sentimento é eterno,
Como sempre queremos.
E eu nunca estive certo,
Como sempre.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sonho

Sonharei contigo,

Longínqua e inacessível para sempre,

Como uma torre inexpugnável

Que nunca será tomada.



Sonharei contigo,

Irresistível como a marcha das geleiras,

Um sonho indecifrável

Que nunca será retratado.



Sonharei contigo

Por mundos sem vida,

Perseguindo o cometa furtivo

Que nunca será alcançado.



Sonharei contigo,

Nas caladas de minha saudade,

No sono em vida em que mergulho,

Como um tolo,

Como um louco,

Como em sonho.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Volta Por Cima


Manda afiar essa faca
Que andou me cortando.
Pode mandar essa bala
Que andou me furando.
*
Ando sarado da vida,
Amando sem fim ou medida
E estou gostando.
*
Pode pintar essa boca
Que andou me beijando.
Manda malhar esse corpo
Que andou me amando.
*
Ando de bem com o mundo,
Intenso é cada segundo
E vou levando.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

NEM PODEROSO, NEM COITADINHO 2.



Para "Nem Poderoso, nem Coitadinho" original.


A Vida Segue, para a frente nem sempre é sinal de evolução.
Muitos que eu achava poderosos se revelaram coitadinhos.

Havia os Heróis da Ditadura.

Homens e mulheres que resistiram à opressão do regime militar entre 1964 e 1982, defendendo suas convicções, discordando do regime brutal ou simplesmente relatando uma notícia, discutindo um evento, expressando-se contrariamente ao sistema. Acabado aquele período, seus ideais viraram ideologias. Mal envelhecidos, passaram a exigir indenizações e reparações, mesmo aqueles que prosperaram. Receberam gorda recompensa e pensão vitalícia

Assim se tornaram Vítimas da Ditadura.

Alguns preferiram permanecer convictos, como César Benjamim. Herói é para sempre. Mas quase todos os outros simplesmente cederam.

Hoje, (13 de Julho de 2010), toda uma classe de seres humanos brasileiros passaram a ser tutelados pelo Estado, definindo como "jovem" o período entre 18 e 29 anos e estabelecendo um vago e genérico programa "Caberá à legislação comum estabelecer o Estatuto da Juventude, que regulamentará os direitos dos jovens e criar um plano nacional, de duração de 10 anos, com o objetivo de articular entre o governo federal, estados e municípios políticas públicas para os jovens." É evidente que é só mais uma torneira por onde vai escoar o dinheiro publico, sem critério e à mercê da corrupção. E rezo para que assim seja e que nunca atinja os objetivos propostos.

Toda esta faixa etária foi taxada como de cidadãos incapazes, apesar de no auge físico e mental de sua existência, só cidadãos tutelados e, portanto, merecedores da paternalidade do Estado. Juntam-se àqueles que merecem e precisam de proteção, como os idosos, as crianças e deficientes em certo grau.

Replicam no âmbito social, a situação que mantém no meio doméstico, pois a esmagadora maioria permanece até além da idade limite vivendo tutelados pelos pais, fugindo das responsabilidades e desconhecendo a sensação de plenitude que vem com a formação da própria família.

São meio-pessoas, nunca adultos, pois preferem submeter-se as regras de uma casa que não é sua a conquistar seu próprio lugar?

Precisam de apoio oficial para conquistar espaço nesse vasto e maravilhoso mundo atual, cheio de oportunidades e espaços?

Acredito que qualquer um pode ser qualquer coisa que queira!

O que farão? Testes vocacionais para serem treinados e encaixados em linhas de produção? Educados para a alienação? Levados pela mão por entre os labirintos da competição? Reescreverão as leis de mercado e de seleção natural, como no Bolsa Familia?

Cercados de parafernália digital em seus quartinhos cada vez menores!

O que serão, se dispensam a liberdade?

Agora, só restamos nós, a solitária classe composta de seres humanos saudáveis com idade entre 29 e 65 anos.

A classe esquecida - privilegiada pelo esquecimento - dos ADULTOS, nem poderosos e nem coitadinhos.

*

País Sitiado, País Saqueado.

*
Ando meio vazio, disse o balão.
Navego sonâmbulo pelo meu estreito universo,
enquanto os Homens de Terno se aglutinam em torno.
São muitos, mas nâo podem voar,
estes homens inflamados de falsa paixão (do que é capaz um homem com desejo!)
esses homens (e mulheres), os mais sedutores dentre eles que nos conduzirão,
aqueles de maior ambição.
Sitiando as cidades, os Estados e o País,
enquanto dividem - destinam - contratam
antecipadamente determinam o destino das riquezas da cidade, do Estado, do País.
Os contratos, as obras, as verbas, os cargos,
tudo bem loteado entre eles.
Estou apavorado, cercado, sitiado, minha vida por outros decidida.
Um roteiro, escrito por alguns, determina o que serei,
quais regras obedecerei,

quanto ganharei pelo meu trabalho,
onde irei, se pudesse ir.
Até onde todos iremos.
Conduzidos por esses sanguinários sedutores.

Grigori Perelman, um Agente Nunca Sentimental

Um homem que transgride as mais estúpidas convenções de nossa Sociedade, apesar de cortejado por seus mais respeitáveis símbolos e assediado com promessas e prêmios delirantes.

A Universidade de Yale ofereceu uma cátedra a esse homem, garantindo que poderia pedir o salário que desejasse, para trabalhar se quisesse e quando quisesse, dando aulas do que bem entendesse e para quem escolhesse. Disse que, se fosse bom, teriam feito o convite antes de resolver o teorema, de qualquer forma, tinha compromissos com seus alunos do ensino fundamental, o que nem era verdade .
Convidado pela Princenton University, pediram a ele seu currículo. Disse que se não sabiam quem ele era, não deviam ter convidado.
Ganhou prêmios que seduziriam qualquer ser humano e disse não, por nenhum motivo ideológico especial.

Grigori Perelman, russo, nascido em 13 de Junho de 1966, é o matemático conhecido por ter apresentado uma demonstração da conjectura da Geometrização de Thurston, que tem como um caso particular a Conjectura de Poincaré, um dos maiores problemas da Matemática. O desafio criado pelo matemático francês Jules Henri Poincaré (1854-1912) estimou que, de forma simplificada, qualquer espaço tridimensional sem furos seria equivalente a uma esfera esticada. (Que diabo é isso?)
Poincaré e os matemáticos que vieram depois dele acreditavam que a proposta estaria correta, mas não conseguiram uma prova algébrica sólida para elevar a conjectura à categoria de teorema.  A complexidade do assunto levou o Instituto de Matemática de Clay a incluir o problema entre os “sete desafios do milênio”. Para cada desafio que fosse solucionado, o instituto prometeu pagar um prêmio de US$ 1 milhão.

Em 22 de Agosto de 2006, no Congresso Internacional de Matemáticos, realizado em Madri, foi contemplado com a Medalha Fields. Recusou. Junto com o prêmio de Um Milhão de Dólares.

O sujeito resolveu a tal Conjectura, não saiu por aí alardeando, só postou na wikipedia e deixou rolar. Quando finalmente ninguém conseguiu refutar seu trabalho, virou "o homem mais inteligente do mundo".
Agora, milhares de jornalistas, colunistas e etcéteras, falam dele depois de manchetes tipo "russo recusa prêmio de U$1.000.000".  Nunca por sua genialidade, por sua aversão às coisas mundanas ou pela proposta objetiva e clara que faz ao mundo inteiro. Mas por ser o sujeito louco que recusa fortunas, comendas  e cátedras ambicionadas universalmente. Se loucura é qualquer desvio da normalidade, então é louco mesmo.

Apesar de viver com simplicidade, com sua mãe,  afirma que já possui tudo o que deseja e que a medalha é irrelevante pois já foi reconhecido.

É um Agente não corrompido pelo sentimentalismo.
Permanece íntegro.
Ao contrário de mim e de você.
rigori PerelmanrussoГригорий Яко� Перельман, transliteraçãoGrigori Iakovlevič Perel'man, 13 de Junho1966) é um matemáticorussodemonstraçãoConjectura de Poincaré, que era um dos maiores problemas da Matemática. Como esta foi apresentada quando Perelman tinha menos de 40 anos, Perelman torna-se um forte candidato a receber uma Medalha Fields. Para além disso, a demonstração, confirmada a sua exactidão, valer-lhe-á todo ou parte de um dos Prémios Clay. ( de conhecido por ter apresentado uma da conjectura da Geometrização de Thurston, que tem como um caso particular a
Em 22 de Agosto2006, no Congresso Internacional de Matemáticos, realizado em Madri, Grisha foi contemplado com a Medalha Fields, tendo-a no entanto recusado. de
Grigori Perelman no mês de março de 2010 resolveu um dos sete desafios do milênio. O desafio criado pelo matemático francês Jules Henri Poincaré (1854-1912) estimou que, de forma simplificada, qualquer espaço tridimensional sem furos seria equivalente a uma esfera esticada.
Poincaré e os matemáticos que vieram depois dele acreditavam que a proposta estaria correta, mas não conseguiram uma prova algébrica sólida para elevar a conjectura à categoria de teorema.
A complexidade do assunto levou o Instituto de Matemática de Clay a incluir o problema entre os “sete desafios do milênio”. Para cada desafio que fosse solucionado, o instituto prometeu pagar um prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 1,78 milhão).
Desde que foram divulgadas na internet em publicações especializadas, as demonstrações de Perelman nunca foram refutadas[1].
No dia 24 de março2010, o matemático Grigori Perelman se recusou de receber o prêmio de US$1 milhão. [2] de

O Herói de Pandora


Nossos rapazes em Pandora não morreram em vão.

Na tarde de ontem, chegou finalmente em casa o maior herói da batalha de Pandora, passados 25 anos do dia em que tombou em defesa dos mais puros ideais humanos. Seus restos mortais vieram de uma lua ao redor do gigante gasoso de Alpha Centaury, confins do espaço sem maior importância, não fosse o precioso metal unobtanium. Por capricho da sorte só existe ali. Seus restos mortais foram resgatados pela Cruz Vermelha Espacial e sua filha os recebeu no Porto da Ilha da Páscoa. Era uma menina de 8 anos quando viu seu pai pela última vez, saindo de casa e prometendo voltar décadas depois, para realizar um trabalho que nenhum outro homem poderia encarar.

Selvagem e deconhecido, mas necessário à sobrevivência de nosso próprio planeta, Pandora escondia horrores inimagináveis a qualquer humano. Restou ao bravo Coronel Miles Quaritch a missão de enfrentá-los, garantindo a segurança dos homens e mulheres de boa vontade que foram àquele planeta mortal cheios de sonhos mas só encontraram pesadelos. Durante anos, procuramos levar aos nativos os benefícios de nossa civilização, nossa medicina e cultura, mas pemaneciam em estado de barbárie e apego a superstições obscuras que envolviam sacrificios dos de sua própria espécie e cultos politeístas semelhantes aos antigos Maias que floresceram na América Central no século 12. Cofirma Parker Selfridge, administrador da mineradora em Pandora: "nossa preocupação com a prospecção sustentada de unobtanium incluía investimentos maciços no reflorestamento, remanejo de nativos para casas limpas e confortáveis e escolas para as crianças, mas eles mesmos destruiam tudo e voltavam para as árvores".
Até hoje, o relato dos sobreviventes e as investigações das autoridades ainda não explicaram o que aconteceu exatamente em Pandora. As conseqüências, contudo, foram catastróficas. Mais de trezentos soldados mortos e centenas de feridos. Bilhões em instalações científicas, anos de trabalho perdidos, culminando com o corte no fornecimento de unobtanium. Há vinte anos, o metal não é prospectado em Pandora. Muito usado em equipamentos médicos de precisão, próteses biocibernéticas, naves de curso interestelar, fonte de energia limpa renovável, a falta desse metal fez nossa tecnologia regredir cem anos. Aqueles que viam nesse fantástico elemento a solução de quase todos os nossos problemas, estão desolados.

Se a Batalha de Pandora, que expulsou provisoriamente o Homem daquela lua, foi uma tragédia, Miles Quaritch é a garantia de que a raça humana jamais será humilhada. Ele liderou um punhado de bravos soldados, isolados a mais de seis anos de viagem no espaço, contra o que pensou ser nada mais que um grupo de selvagens rebeldes. Contudo, parece ter se chocado contra um planeta inteiro. "Os animais investiam contra nós como se soubessem o que faziam, foi uma loucura", disse o soldado Edmund Stern, cujo braço foi decepado por um animal na batalha.

Miles Quaritch lutou com as poucas armas que tinha, depois com as mãos nuas, para perecer só e desarmado com o peito crivado de flechas. Lutou praticamente sozinho contra um planeta inteiro, habitado por nativos de quatro metros de altura e feras invulneráveis e foi uma luta invencível, por maior que fosse sua bravura. Annie Marie Quaritch Saldaña, leu entre lágrimas a última carta de seu pai. Falava da saudade que sentia pela filha que não via há dez anos, imaginando-a quase adulta e lamentando não estar junto dela quando ingressou na Universidade de Santiago. Falava do confinamento em que vivia, a salvo da atmosfera venenosa, do perigo constante das flechas dos nativos, mas nunca contou sobre o confronto com uma fera de Pandora que desfigurou seu rosto em seu primeiro dia no planeta, sempre querendo preservá-la. São palavras do pai amoroso e também do soldado disciplinado.

Miles Quaritch Saldaña, que insiste em ser chamado de Tenente Quaritch, afirma, ainda segurando a Medalha de Honra Mundial recebida em nome do avô: integrará a força pacificadora rumo a Pandora daqui a três dias.

Deus os proteja, heróis da Terra!

Quanto Dura o Amor?


O Amor, quando acaba, vira...
Pensamento bonito
Na cabeça de alguém?
Enquanto solto por aí, relegado.
O amor quando termina, vira...
Nada, fumaça, dejetada massa
De onde dois retiraram
Tudo o que era bom.
Haverá um lugar na colina,
Onde sepultamos amores acabados
Em lápides alinhadas,
Numeradas, assinaladas e frias.
Ou vivem todos, mesmo terminados,
Para o sempre criados e inesquecidos,
Todos os amores que tive
Ainda sentidos e tão eternos quanto eu.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

OS INTELECTERNAUTAS



Anda por aí cada figura!
Devem ter representantes em todos os segmentos da atividade humana, da gastronomia à filosofia, mas são mais freqüentes nas sessões de “Arte e Cultura” dos índices de blog.
Traço comum, são figuras com uma relativa bagagem de leitura geral e um irrelevante conhecimento técnico numa área qualquer que pode ou não ser enquadrada como “Arte e Cultura”, tanto faz. Compartilham todos da certeza de que qualquer conversação aceita a intromissão de um dito espirituoso cheio de mordacidade, ironia ou sarcasmo, quase sempre utilizando uma citação de obra da cultura pop, que acaba com a conversa por sua inconveniência.
Característica UM:
Sempre indicam um livro obscuro ou texto em língua estrangeira para você ler.
Nove entre dez adolescentes e pós-adolescentes julgam ser essa a forma correta de conversar, assim os assuntos se esgotam no mesmo tempo de um comercial de TV, pois costumam dialogar com esse aparelho, tecendo comentários rápidos sobre cada peça de publicidade, numa espécie de competição que tem como vencedor quem consegue o dito mais curto e a observação mais impertinente.
São blogueiros, em sua maioria. Usam esse espaço para cuspir o bolo que ruminaram, fazendo comparações e “disponibilizando” (ato da realeza ou do dono do poder, que consiste em dispor informações, serviços ou produtos de forma ou gratuita aos pobres súditos sedentos de suas benesses; esmola) aos seus visitantes o fruto prodigioso de suas longas meditações.
Apetrechados de sua grande experiência, de suas leituras pesadas e eruditas, bem como de suas qualificações acadêmicas e até de um ou dois livrinhos publicados, sentam-se diante de um teclado, abrem seus dublevê, dublevê, dublevê, dois pontos, barra barra asneira e derramam mensagens que irão constituir o grande universo de informação (mercadoria abundante, banal, sem valor, manipulada e manipuladora) do século vinte e um.
Característica DOIS:
Celebram o centésimo post em menos de um ano, como se quantidade fosse qualidade.

Imagine a figura por dentro, o que ele sente ao digitar. Parece feliz quando vê sua idéia transmutar-se em impulso elétrico, com a possibilidade real de se transformar em papel impresso num simples Ctrl/P. Manifesta sua interpretação sobre um fato jornalístico, sobre a morte de um escritor, sobre um livro que leu, sem a menor responsabilidade, protegido e impune pelo anonimato, para ser visto apenas por seus iguais, que, por sua vez, irão acrescentar chistes cheios de mordacidade, ironia e sarcasmo, tão curtos como a duração de um comercial de TV.
A frivolidade dessas figuras faz crescer em mim um sentimento que cresce no peito, sobe e me empalidece. É um tipo de dó dessa solidão. Tinha que inventar uma palavra para ela, pois não é bem solidão, é estranho estar só num mundo de comunicação instantânea, total e de possibilidades infinitas. Claro, não estamos sós quando vamos ver Batman em legião e conversamos sobre o filme. Ou quando lemos Harry Potter ou Crepúsculo ou Torre Negra. Compartilhar de um todo, como ao comer um “mac-feliz”. Só estamos sós quanto àqueles pensamentos originais, íntimos, que lutam por se manifestar num universo padronizador. Aí é que somos nós mesmos, escondidos sob muita cultura pop, sob nichos de pensamentos obtusos, tendo muito a aprender sobre lucidez para interpretar os fatos de forma clara e realista, despido de ideologias e antes de todas as manipulações. Aí é que teremos uma opinião decente sobre o que seja “Arte e Cultura”, ou o que seja, e lançamos ao mundo como uma definição transitória de nossa própria condição efêmera.
Característica TRÊS:
São incapazes de qualquer tipo de Empatia.
Essa figura, o intelecternauta, sofre dessa intersolidão, esse estado de ser internamente (internetamente) solitário, pois são irredutíveis em sua auto-referência. Sentir o que o outro sente, o poder da empatia, exige alteridade, capacidade se se colocar no lugar do outro -qualquer um- para conhecer o que ele sente e assim julga-lo de um ponto de vista mais abrangente.
Mas, cuidado, a empatia é uma maldição quando irreprimível.

Característica QUATRO:
Praticam e.bullying.
Você entra no espaço vital que reservaram para eles, os blogs, e imediatamente pode ter sua mala batida para o chão, ver seu boné voar de um lado para outro ou ter que entregar seu trocado para o lanche. Caso você não aceite  ENVIAR opiniões  bem manjadas e insossas que afaguem o ego. Se ousa contrapor ou acrescentar, pode se arrepender. (Será que já fiz isso com alguém aqui mesmo nesse blog?)
Meu erro foi ter entrado meio inocente em alguns lugares, achando que o blogueiro é cabeça e gente boa, para descobrir que é só mais um valentão.  Não está a fim de uma conversa proveitosa, nem de encontrar irmãos e muito menos de aprender. Só quer  aumentar a distância entre ele o o resto.

Inseguro, aprisionado em estreitos pensamentos, talvez queira impressionar quando precisa cativar.  Julgando-se imperfeito ou inapropriado, tenta passar uma imagem ideal mas só transmite um arremedo.  Tento, sinceramente, alteridade e empatia como forma de compreender. Mas nem por isso eles tem o direito de gastar a energia equivalente e ferver duas chaleiras de água e assim contribuir para o agravamento do efeito estufa, cada vez que acrescentam informações irrelevantes e observações presumidamente inteligentes às suas sombrias covas eletrônicas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dragan Martinovic, um Agente muito Sentimental

Andando por aí, tenho encontrado todo tipo de gente.
Quase todos procurando se encontrar. Como o menino que anda somando bonequinhos playmobil com jogo de futebol, criativo e adorável mas  ainda preso a clichês. Como a menina que não faz a mínima idéia de como é possível ser plenamente amada, esperando o cara certo que certamente é o oposto total do cara que ela pré-concebe, que Deus lhe dê alguém com a alquimia perfeita. Como tantos outros que só estão por aqui para criar alter-egos muito distantes de sua simplicidade.

Sem querer, também posso dar de cara com um artista absolutamente genial, daqueles que tiram a venda de nossos olhos e afinam nossa audição, como Peter Davies , escocês cheio de idéias e contra-ideologia, que faz pensar sobre a negação inserida em toda afirmação.
.

Esses tempos, usei um trabalho de Dragan Martinovic para ilustrar a página "Poderes em Guerra", que se refere aos conflitos entra a Imprensa e o Legislativo depois crime de trânsito envolvendo o deputado Carli, aqui em Curitiba. Ele me flagrou e pediu que mencionasse seu nome. Ele já estava lá, quando pomos o mause na ilustração, surgia o título e o autor da obra. Mas mudei e dei o LINK para outros trabalhos dele, que são assombrosos.


Temática política por excelência, anti-americano (o que significa pacifista) por convicção. Nascido na Eslovênia, nunca seremos capazes de entender que diabos significa ser esloveno. Quais as privações que esse povo passou, quando integrava república socialista à força com servios e croatas? Todos esses povos desde sempre donominados "eslavos", ou seja, escravos.  Quão massivamente sofreu com as propagandas soviéticas anti-capitalistas? É difícil entender, para nós que sequer entendemos os gaúchos ou catarinenses, quanto mais os eslovenos!
Radical às vezes, usando as fortes tintas da arte para evidenciar uma situação ou abordar um tema, serve-nos perfeitamente como freio ao consumo indiscriminado e sem reflexão de produtos culturais americanos. Afinal, não houve globalização mas americanização do mundo, sendo necessário estabelecer limites e manter a mente lúcida contra a propaganda e o discurso opressor.
Esse é o papel de sua arte conceitual, direta como uma boa arte gráfica e sensível como a boa arte plástica.
Dragan
Dragan Martinovic
Dragan Martinovic