terça-feira, 10 de agosto de 2010

NEM PODEROSO, NEM COITADINHO 2.



Para "Nem Poderoso, nem Coitadinho" original.


A Vida Segue, para a frente nem sempre é sinal de evolução.
Muitos que eu achava poderosos se revelaram coitadinhos.

Havia os Heróis da Ditadura.

Homens e mulheres que resistiram à opressão do regime militar entre 1964 e 1982, defendendo suas convicções, discordando do regime brutal ou simplesmente relatando uma notícia, discutindo um evento, expressando-se contrariamente ao sistema. Acabado aquele período, seus ideais viraram ideologias. Mal envelhecidos, passaram a exigir indenizações e reparações, mesmo aqueles que prosperaram. Receberam gorda recompensa e pensão vitalícia

Assim se tornaram Vítimas da Ditadura.

Alguns preferiram permanecer convictos, como César Benjamim. Herói é para sempre. Mas quase todos os outros simplesmente cederam.

Hoje, (13 de Julho de 2010), toda uma classe de seres humanos brasileiros passaram a ser tutelados pelo Estado, definindo como "jovem" o período entre 18 e 29 anos e estabelecendo um vago e genérico programa "Caberá à legislação comum estabelecer o Estatuto da Juventude, que regulamentará os direitos dos jovens e criar um plano nacional, de duração de 10 anos, com o objetivo de articular entre o governo federal, estados e municípios políticas públicas para os jovens." É evidente que é só mais uma torneira por onde vai escoar o dinheiro publico, sem critério e à mercê da corrupção. E rezo para que assim seja e que nunca atinja os objetivos propostos.

Toda esta faixa etária foi taxada como de cidadãos incapazes, apesar de no auge físico e mental de sua existência, só cidadãos tutelados e, portanto, merecedores da paternalidade do Estado. Juntam-se àqueles que merecem e precisam de proteção, como os idosos, as crianças e deficientes em certo grau.

Replicam no âmbito social, a situação que mantém no meio doméstico, pois a esmagadora maioria permanece até além da idade limite vivendo tutelados pelos pais, fugindo das responsabilidades e desconhecendo a sensação de plenitude que vem com a formação da própria família.

São meio-pessoas, nunca adultos, pois preferem submeter-se as regras de uma casa que não é sua a conquistar seu próprio lugar?

Precisam de apoio oficial para conquistar espaço nesse vasto e maravilhoso mundo atual, cheio de oportunidades e espaços?

Acredito que qualquer um pode ser qualquer coisa que queira!

O que farão? Testes vocacionais para serem treinados e encaixados em linhas de produção? Educados para a alienação? Levados pela mão por entre os labirintos da competição? Reescreverão as leis de mercado e de seleção natural, como no Bolsa Familia?

Cercados de parafernália digital em seus quartinhos cada vez menores!

O que serão, se dispensam a liberdade?

Agora, só restamos nós, a solitária classe composta de seres humanos saudáveis com idade entre 29 e 65 anos.

A classe esquecida - privilegiada pelo esquecimento - dos ADULTOS, nem poderosos e nem coitadinhos.

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