terça-feira, 10 de agosto de 2010

País Sitiado, País Saqueado.

*
Ando meio vazio, disse o balão.
Navego sonâmbulo pelo meu estreito universo,
enquanto os Homens de Terno se aglutinam em torno.
São muitos, mas nâo podem voar,
estes homens inflamados de falsa paixão (do que é capaz um homem com desejo!)
esses homens (e mulheres), os mais sedutores dentre eles que nos conduzirão,
aqueles de maior ambição.
Sitiando as cidades, os Estados e o País,
enquanto dividem - destinam - contratam
antecipadamente determinam o destino das riquezas da cidade, do Estado, do País.
Os contratos, as obras, as verbas, os cargos,
tudo bem loteado entre eles.
Estou apavorado, cercado, sitiado, minha vida por outros decidida.
Um roteiro, escrito por alguns, determina o que serei,
quais regras obedecerei,

quanto ganharei pelo meu trabalho,
onde irei, se pudesse ir.
Até onde todos iremos.
Conduzidos por esses sanguinários sedutores.

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