sábado, 10 de janeiro de 2015

O ano de 2015 - Cinema e Televisão

IDIOCRACIA

ARTE CINEMATOGRÁFICA

Nunca deveria ter havido uma Arte Cinematográfica, mas existiram alguns cineastas que fizeram da Indústria Cinematográfica uma Arte.

Separar o palheiro da agulha é um trabalho que exige uma entidade imortal com enorme e inesgotável energia, pois, se existem milhares de filmes puramente comerciais, existem centenas que se pretendem artísticos e apenas uma dúzia com verdadeiras qualidades. Alguns reúnem até mesmo detalhes presentes em verdadeiros de filmes de arte que se tornaram clichês. Outros são obras de cineastas que replicam momentos da própria obra que um dia beiraram os domínios da Arte.


Assim como nas Artes Plásticas, configuram apenas obras de Artesanato e o que um dia foi virtuosismo se torna apenas oportunismo comercial.

A Idiocracia no Cinema atinge o paroxismo quando um cineasta com apenas uma câmera na mão e uma idéia na cabeça, sem nenhum roteiro, planejamento ou organização, pretende realizar obras de valor. Quando uma obra é meticulosamente planejada, roteirizada e organizada, contando com recursos generosos e estrutura completa, enquadra-se perfeitamente na definição de Indústria Cinematográfica, explorando incansavelmente uma boa idéia original que atende às demandas do mercado.    

ARTE E CIÊNCIA TELEVISIVA

Se existe uma atividade industrial e comercial que valoriza a Criatividade é a indústria da televisão. Ao mesmo tempo é o maior exemplo de Idiocracia. 

Nela, uma boa idéia é explorada durante anos, com infinitas variações do mesmo.

É a única atividade de entretenimento que não se pretende Artística em nenhum momento. É um negócio, organizado, financiado e executado para lucrar e não há nenhum mal nisso.


Muito pelo contrário, propõe-se entreter simplesmente, naquele específico momento, sem nenhum compromisso em superar a si mesma no momento seguinte.

Como as Idéias são sua principal matéria prima, seus criadores são meticulosos em sua exploração, dosando seu fluxo para o mercado de acordo com sua tolerância.

Algumas, apesar de criativas e inovadoras, acabam se rendendo à ditadura do mercado, que impõe forma, intensidade e conteúdo às realizações, causando o fenômeno de PASTEURIZAÇÃO, ou seja, formatando a obra e desfigurando a idéia original ao gosto da maioria da população que compõe o seu público.

Se não é possível determinar se a indústria televisiva é Causa ou Efeito da Idiocracia, com certeza é correto afirmar que é o seu Termômetro.

Idiocrata por excelência, produz apenas o que pode ser consumido, digerido e tolerado pelo mercado, muitas vezes cometendo o erro de subestimar o público que, mesmo quando o produto é escancaradamente idiota, continua assistindo e estabelece um novo baixo padrão de produção.

Amalgamando Arte e Ciência, quanto mais pobre é a idéia, mais presente e impactante é a Ciência, neste caso tecnologia digital compensando a escassez de criatividade.

Como  novos recursos tecnológicos permitem barateamento da produção, não importa se a idéia é muito ou pouco vendável desde que venda para se pagar, o que não é difícil num mercado global.

A Televisão se apropria sem remorso do Cinema, dança, música, fotografia, artes plásticas, notícias, fatos históricos e praticamente qualquer coisa de qualquer atividade humana que lhe atraia a atenção ou que seja de interesse do mercado, pois é o fundo do poço de qualquer outra atividade e ao mesmo tempo o pico da montanha de muitos que atuam no entretenimento de nossa humanidade entediada.

Saciar a necessidade voraz do mercado, através da ocupação constante do Tempo é o único compromisso da indústria televisiva. Assim, o tempo de qualquer programa (show) é ocupado com frivolidades e exploração exaustiva de temas de importância momentânea ou nenhuma, mesmo ou principalmente no jornalismo, enquanto o tempo destinado a propaganda é cada vez mais caro.

CINEMA E TELEVISÃO

O Cinema usa grandes idéias, cada vez mais se comportando como a Televisão quando explorar a mesmas grandes idéias em diversas produções, à beira da tolerância do mercado.

A Televisão fica com as boas idéias, explorando-as pelo maior tempo possível.  

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