domingo, 11 de janeiro de 2015

O ano de 2015 - Indústria Gráfica

IDIOCRACIA

INDÚSTRIA GRÁFICA

Livros de literatura ou de simples leitura, revistas, jornais, enfim, todos os meios de comunicação impressos estão adotando as mesmas características de outros veículos de sucesso no Século 21: Qualquer idéia, ou a mesma idéia, produzida exaustiva e repetidamente, sem importar a qualidade.

No Século 21 é o mercado que determina o que será
impresso.

Sendo o Mundo repleto de pessoas, qualquer coisa vende a muita gente. Assim como muita gente irá comprar qualquer coisa que se filme, que se cante ou que se pinte, muita gente sempre vai ler qualquer coisa que se publique, por mais improvável que isso seja.

Um fenômeno que sempre se verificou na imprensa, agora se generaliza em todos os novos meios. 

No passado, grandes autores se dedicaram a escrever romances publicados periodicamente em jornais. Toda semana autores  clássicos como Balzac, Dumas e Dickens usavam aquele que era o único e mais poderoso meio de comunicação entre os séculos 17 e 20, o Jornal. Cada edição tinha um capítulo do que se tornaria um grande romance e, por suas reais qualidades, literatura de verdade.

Atualmente, o cinema utiliza estas obras e de muitos outros autores, frequentemente fazendo versões atualizadas ou leituras pessoais, até mesmo cópias escancaradas de situações primeiramente exploradas por estes clássicos.

Nestes dias, há uma voracidade insaciável do leitor pela leitura de ação de fácil digestão. Assim, uma idéia que daria um bom livro é explorada em trilogias e pentalogias que fazem a felicidade do mercado editorial por muitos anos, logo em seguida adaptadas ou fielmente retratadas pelo cinema.

Há autores de sucesso e autores de valor neste grupo. Entre eles, podem estar escritores de valor como Doris Lessing, Frank Herbert e J. R. R. Tolkien.

Compõe esse grupo autores de qualidade mediana, como J. K. Rowlings, Stephenie Meyer, Justin Cronin, Stieg Larsson e George R. R. Martin.

E há uma legião incontável de obras menores, muitas apenas mera imitação de obras de sucesso, de qualidade no mínimo questionável, como Rick Riordan, Veronica Roth, Suzzane Collins e duzias de outros autores que tomam mais da metade do estoque de qualquer livraria.

Pela média, medíocre, meia-boca, desde que inventaram o computador o escritor se tornou prolixo (pró lixo). Vai escrevendo e depois conserta ou deixa estar para compor trilogias enormes e vazias. É mais do mesmo elevado à insignificância. Antes dos computadores, dava tanto trabalho escrever : datilografar : revisar :  re-escrever :  revisar  :  compor  :  revisar  :  imprimir, que diziam que escrever era 10% inspiração e 90% transpiração. Os autores eram remunerados por palavra! Hoje, com 10% de inspiração um livro está praticamente pronto e vai do computador com auto-correção diretamente para a impressão.

Ler pode ser um vício como qualquer outro, onde o dependente começa seduzido pelos melhores e depois se satisfaz com qualquer coisa que venha com uma capa e tenha muitas folhas cobertas por letrinhas enfileiradas.

Pois a palavra impressa é apenas um negócio como outro qualquer que produz o que o mercado compra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário